Perspetivas de paz em declínio pesam sobre o Euro, enquanto as taxas americanas impulsionam o Dólar

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11 Abril 2022

Escrito por
Enrique Díaz-Álvarez

Diretor de Riscos Financeiros da Ebury

O Euro terminou a semana no fundo do ranking do G10 em consequência do receio de que a guerra na Ucrânia não termine num futuro próximo, mas também em razão do nervosismo causado pelas eleições presidenciais francesas.

A
carnificina no mercado obrigacionista americano continua, com os títulos do Tesouro dos EUA a 10 anos a subir uns espantosos 30 pb durante a semana, e o Dólar a reagir da forma esperada, ultrapassando todas as principais moedas do mundo, salvo um punhado de moedas voláteis dos Mercados Emergentes.

A volatilidade do Rublo mantém-se e a moeda valorizou em relação ao período anterior ao início da invasão russa, mas é extremamente ilíquida e as cotações de mercado são cada vez menos significativas. O Yuan chinês demonstra uma estabilidade fortíssima apesar da incerteza do mercado monetário, atingindo novos recordes em termos comerciais, não obstante a desaceleração económica chinesa e os confinamentos draconianos devido à COVID.

A reunião do BCE da próxima semana será crítica. O conflito entre “pombas” e “falcões” que temos vindo a prever há já algum tempo eclodiu, como a ata da reunião anterior deixa claro, e prevemos que as comunicações do banco central na quinta-feira reflitam isso mesmo, depois de algumas péssimas leituras de inflação. Dados da inflação publicados nos EUA (terça-feira) e no Reino Unidos (quarta-feira). Será uma semana invulgarmente agitada para a Libra, uma vez que também receberemos o relatório de fevereiro sobre o emprego na terça-feira.

GBP

A Libra esterlina tem atravessado um mau momento nas últimas semanas após a retórica cautelosa do Banco de Inglaterra. No entanto, os PMI muito fortes de março e aquilo que esperamos que sejam dados sobre o mercado de trabalho e a inflação igualmente fortes deverão colocar um travão na moeda, enquanto esperamos que os membros do CPM reconheçam a realidade de uma nova onda inflacionista que veio atingir uma economia já em plena capacidade.

Prevemos que o par GBP/USD encontrará a estabilidade em volta dos níveis atuais, à medida que a posição do Banco de Inglaterra se torna cada vez mais insustentável.

EUR

A primeira volta das eleições presidenciais francesas foi um ponto moderadamente positivo para o Euro, com Macron a seguir para a segunda volta contra Le Pen, numa posição ligeiramente mais forte do que o esperado.

Ainda dentro de notícias positivas sobre o Euro encontra-se o coro de comentários conservadores dos membros do BCE, bem como alguns comentários mordazes na ata da reunião de março sobre as previsões da inflação incrivelmente otimistas dos seus economistas, que preveem um regresso à inflação-alvo em 2023.

Nenhum destes aspetos parece ter tido muito impacto no mercado, e todos os olhos se voltam agora para a reunião da próxima semana do BCE. Pensamos que mesmo uma ligeira mudança de tom usado por Lagarde até agora poderia ter um efeito desproporcionadamente positivo sobre a moeda comum.

USD

A ata da reunião da Reserva Federal revelou um plano mais agressivo do que o esperado para liquidar as gigantescas participações do Fed em obrigações do Tesouro e títulos hipotecários.
Os mercados continuaram a acentuar as expetativas de subida do Fed, e esperam agora que as taxas sejam superiores a 3% em algum momento da primeira metade de 2023.

Será difícil absorver ainda mais conservadorismo por parte do Fed sem que o BCE, pelo menos, preencha a lacuna de alguma forma, o que nos leva a pensar que o Euro poderá vir a recuperar em breve, particularmente se, como esperamos, Macron vença a segunda volta das eleições presidenciais francesas daqui a duas semanas.

 

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