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Novos receios da COVID afundam os mercados e impulsionam o Euro

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29 Novembro 2021

Escrito por
Enrique Díaz-Álvarez

Diretor de Riscos Financeiros da Ebury

O feriado de Ação de Graças, geralmente calmo nos EUA, foi abruptamente interrompido pela desvalorização do mercado financeiro, em função da reação dos investidores à Omicron, a nova variante rica em mutações do vírus da COVID, detetada na África do Sul.

Q
uanto às moedas, o susto traduziu-se, como habitualmente, na fuga para portos seguros como o Yen japonês e o Franco suíço. O Euro também valorizou, com o corte das expetativas de subida das taxas de juro da Reserva Federal, e à medida que a lacuna em relação ao BCE diminuiu. A maior parte das principais moedas desvalorizam face ao Dólar americano. Entre os mercados emergentes, a única exceção foi o Real brasileiro, que conseguiu manter a sua posição. A Lira turca sofreu outra semana desastrosa na sequência do voto contra dos mercados relativamente às posições excêntricas de Erdogan sobre política monetária.

Como habitual, nesta semana, as principais publicações de dados focadas nos mercados serão as estimativas provisórias da inflação de novembro para a Zona Euro, na terça-feira, e o relatório de outubro sobre o emprego nos EUA. Todavia, a incerteza no que diz respeito à variante Omicron e a pouca informação disponível sobre a sua virulência significa que é provável que os mercados reajam drasticamente e em qualquer sentido às informações das autoridades sanitárias. Prevemos que a correlação da semana passada entre a aversão ao risco e o Euro, o Dólar americano e os mercados emergentes se mantenha até essas incertezas se dissiparem.

Novos receios da COVID

GBP

Os dados díspares (pouca atividade dos índices PMI vs. fortes encomendas da indústria) e as declarações descomprometidas do Governador do Banco de Inglaterra e do seu economista-chefe resultaram numa negociação pouco estimulante da Libra Esterlina. Surpreendentemente, o episódio de aversão ao risco de sexta-feira foi até positivo para a Libra, que terminou a semana quase sem alterações face ao Dólar americano e ao Euro.

Esta semana não trará muitas novidades do Reino Unido. Esperamos que o membro do Comité de Política Monetária, Catherine Mann, um “falcão”, venha esclarecer o estado da opinião do Banco de Inglaterra sobre quando começar a contrair, na terça-feira, e claro, quaisquer novidades sobre a nova variante da COVID.

 

EUR

 

Na semana passada, as notícias da Zona Euro começaram a ser mais animadoras. Os principais índices PMI da atividade comercial para novembro foram uma surpresa muito positiva. Os casos de Covid ainda são preocupantes, mas consideramos que o impacto económico desta vaga será menor. Os dados sobre os PMI ajudaram a estabilizar o Euro, que valorizou repentinamente durante a desvalorização do mercado na sexta-feira, enquanto as posições curtas sobre o Euro deram um passo atrás.

O relatório desta semana sobre os dados da inflação tem algum potencial disruptivo. A taxa global poderá ficar mais perto dos 5% do que dos 4%, o nível mais elevado das últimas décadas. A inflação subjacente também poderá ficar bem acima do alvo teórico do BCE. A forma como estes dados se conseguirão ajustar ao constante conservadorismo do BCE é uma questão que esperamos que venha a ser abordada até à reunião crítica de dezembro.

 

USD

 

As atas da reunião de novembro da Reserva Federal foram mais duras do que o esperado, colocando o Dólar americano numa posição firme para enfrentar o período de Ação de Graças. O impacto da desvalorização do Dólar foi misto. Por um lado, beneficiou em parte dos fluxos de capitais seguros. Por outro lado, acabou por sofrer à medida que os mercados recuaram nas suas expetativas sobre o aumento da taxa de juro durante 2022.

Prevê-se que os dados do relatório sobre o emprego nos EUA de outubro sejam robustos, com uma nova descida da taxa de desemprego, sólida criação de emprego e salários mais elevados, apesar de não o suficiente para acompanhar a inflação. Porém, prevemos que as notícias sobre a nova variante Omicron da COVID venham esmagar o impacto das publicações regulares de dados e das notícias sobre políticas monetárias.

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