Dólar dispara com dados de inflação em alta e dúvidas sobre cortes da Reserva Federal

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15 Abril 2024

Escrito por
Enrique Díaz-Álvarez

Diretor de Riscos Financeiros da Ebury

O relatório de março sobre a inflação nos Estados Unidos constituiu mais uma surpresa desagradável para a Reserva Federal, tendo ficado acima das expectativas e confirmado que a tendência desinflacionista de 2023 estagnou por completo e talvez até se tenha invertido parcialmente.

O
s rendimentos do Tesouro subiram em flecha, os investidores diminuíram as expectativas de cortes e o dólar disparou em relação a todas as principais moedas do mundo. Na base deste movimento parece estar a possibilidade da inflação e da política nos EUA divergirem das outras grandes economias. Os receios em relação ao conflito no Médio Oriente só vieram alimentar a situação. As moedas europeias foram particularmente afectadas, uma vez que a subida dos preços das commodities significa uma deterioração dos termos de troca para o continente.

Entramos agora numa semana invulgarmente calma em termos de dados. Os relatórios do IPC do Reino Unido (quarta-feira) e do Japão (quinta-feira) fornecerão as principais referências, assim como uma série de discursos do BCE e da Reserva Federal ao longo da semana. Os mercados deverão continuar a lidar principalmente com as consequências do relatório do IPC dos Estados Unidos e com a possibilidade de os cortes da Reserva Federal serem adiados até ao final do ano.

EUR

A reunião de abril do BCE, tal como esperado, não resultou em qualquer alteração da política monetária, mas sim na indicação de um corte das taxas de juro em junho. Caso a mensagem da reunião não tenha sido suficientemente clara, as “fontes” do BCE confirmaram-no imediatamente após a reunião. Na reunião, a Presidente Lagarde mencionou especificamente a divergência das pressões inflacionistas que permitiria ao BCE reduzir as taxas de juro antes da Fed.

Pensamos que o desfasamento de seis meses nos dados sobre a inflação entre a Zona Euro e os EUA significa que pode ser prematuro para o banco central a declaração de sucesso em relação à inflação, mas, no entanto, o corte de junho está no bom caminho. A questão fundamental é agora a velocidade a que se efectuarão os cortes subsequentes.

USD

O relatório do IPC de março confirmou os receios de que a inflação nos EUA esteja presa a um nível desconfortavelmente elevado. O subíndice principal registou 0,4% numa base mensal pelo terceiro mês consecutivo, consistente com um ritmo anualizado de quase 5%. Uma economia em pleno emprego, com taxas pouco acima da inflação e um défice orçamental não será particularmente uma situação propícia a cortes nas taxas de juro, e os mercados passaram de uma previsão de 6 cortes em 2024, há algumas semanas, para menos de dois agora, com a consequente reavaliação das taxas em toda a curva e o fortalecimento do dólar americano.

Esta semana, os discursos oficiais da Reserva Federal serão cruciais para avaliar até que ponto as opiniões da Reserva Federal justificam esta reavaliação radical.

GBP

Um relatório mensal positivo do PIB gerou otimismo de que a economia do Reino Unido continuará a superar as expectativas sombrias. No entanto, a libra esterlina foi apanhada na queda geral em relação ao dólar americano, embora tenha conseguido superar modestamente o euro.

Esta semana será fundamental para o calendário dos cortes nas taxas do Banco de Inglaterra, cujas expectativas têm sido até agora adiadas quase tanto como as da Reserva Federal. A informação sobre os salários na terça-feira e a inflação na quarta-feira serão fundamentais para determinar se o processo de desinflação no Reino Unido continua ou se começa a estagnar, como aconteceu nos EUA.

 

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