Dólar continua a subir com as apostas no corte da taxa da Fed a serem reduzidas

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22 Maio 2023

Escrito por
Enrique Díaz-Álvarez

Diretor de Riscos Financeiros da Ebury

O dólar americano foi de novo globalmente mais forte na semana passada, terminando-a ligeiramente acima da maioria das outras divisas.

O
s catalisadores por detrás da subida do dólar da semana passada foram muito mais claros que os verificados na semana anterior. Assim, a boa prestação do dólar foi influenciada por movimentos de fluxos para moeda de refúgio, bem como menos certezas por parte dos mercados de que existirá uma reversão da política actual da Reserva Federal. Na sua maior parte, os dados dos EUA continuam a manter-se relativamente bem, enquanto os decisores políticos do FOMC adotam um tom hawkish que sugere que os cortes nas taxas não estão para breve. Isto permitiu que o dólar registasse ganhos em relação a todas as outras moedas do G10 na semana passada, com a única excepção do dólar da Nova Zelândia.

As negociações em Washington sobre um aumento do limite máximo da dívida dos EUA, que foram descritas como “positivas” no fim-de-semana, continuam a arrastar-se. Um incumprimento impensável da dívida dos EUA continua a ser possível no início de Junho. Consideramos que é altamente improvável que isso aconteça, embora a incerteza deva manter os ativos de baixo risco bem cotados esta semana. A atenção dos investidores nos próximos dias estará também centrada numa série de dados económicos importantes, nomeadamente os PMIs preliminares do G3 para Maio, nesta terça-feira. Esperamos também uma maior volatilidade da libra esterlina em torno do relatório de inflação do Reino Unido, de grande importância e que deverá mostrar que as pressões sobre os preços diminuíram acentuadamente na Grã-Bretanha no mês passado.

EUR

O euro esteve em grande parte dependente do sentimento em relação ao dólar na semana passada, particularmente após os últimos dados do PIB e da inflação da Zona Euro terem ficado quase em linha com as estimativas. A Presidente do BCE não tocou na política monetária durante a sua aparição pública na semana passada, embora o seu colega De Guindos, membro do Conselho do BCE, tenha defendido que ainda havia margem para o banco aumentar as taxas, mesmo que a maior parte do endurecimento já tenha ficado para trás.

Assistimos a um período relativamente calmo de notícias económicas do bloco comum. Os PMIs da manhã de terça-feira serão observados de perto para detectar sinais de resiliência contínua na actividade empresarial, embora os dados adicionais sejam bastante escassos. Ao contrário da Reserva Federal, o BCE ainda tem um pequeno caminho a percorrer antes de poder dar por terminado o seu ciclo de subidas e esperamos que os decisores políticos reconheçam este facto antes da próxima reunião em Junho, que é quase certo que produzirá outro aumento da taxa de 25pb.

USD

Como mencionado, os dados económicos dos EUA, em grande parte fortes, e alguns comentários hawkish de membros da Reserva Federal mantiveram o dólar bem cotado na semana passada. O presidente do FOMC, Powell, fez alguns comentários bastante contrastantes na sexta-feira. Embora pareça ter confirmado os planos do banco para interromper o ciclo de aperto na reunião de Junho, também parece ter recuado contra os preços do mercado para cortes nas taxas, avisando que a incapacidade de reduzir a inflação resultaria em mais dificuldades para a economia dos EUA

Os investidores reagiram a estas observações largamente dovish reduzindo as suas expectativas a favor de uma inversão da política da Fed, com os futuros a preverem agora apenas 45bps de cortes até ao final do ano, contra 80bps há pouco mais de uma semana. As últimas actas da reunião do FOMC serão divulgadas na quarta-feira à noite. Na ausência de quaisquer revelações chocantes, suspeitamos que a actividade do dólar possa ser impulsionada em grande parte pelas notícias sobre as discussões em curso em Washington.

GBP

O governador do Banco de Inglaterra reconheceu que existem sinais de arrefecimento nas condições do mercado de trabalho aquando das suas comunicações na semana passada, ao mesmo tempo que referiu que a inflação no Reino Unido deverá cair acentuadamente em Abril. Não teremos de esperar muito para saber, com o último relatório do IPC a ser divulgado na quarta-feira de manhã. Os economistas estão a prever um declínio de cerca de 2 p.p. no número principal, para apenas 8,2%, o que, a confirmar-se, poderá pesar sobre as expectativas relativas às taxas de juro do Reino Unido e à libra.

 

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