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Vemos o fim do conflito comercial entre os EUA e a China?

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18 Março 2019

Escrito por
Enrique Díaz-Álvarez

Chief Risk Officer at Ebury. Committed to mitigating FX risk through tailored strategies, detailed market insight, and FXFC forecasting for Bloomberg.

Desde abril do ano passado, o presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, anunciou uma ampla gama de tarifas sobre produtos chineses, mais concretamente uma tarifa de 10% sobre bens chineses, de 200 mil milhões de dólares, com a esperança de reduzir o défice comercial dos EUA.

Em 2018, o défice comercial da maior economia do mundo, os EUA, saltou para 621 mil milhões de dólares em dez anos. Isto deveu-se, em grande parte, a um desequilíbrio externo significativo com a China, que responde por cerca de 22 % da procura global de importação dos EUA, o que equivale a cerca de 477 mil milhões de dólares. O défice com a China cresceu a um ritmo substancialmente mais rápido que qualquer outro dos principais parceiros comerciais dos EUA nas últimas décadas.

Temos reiterado, no entanto, que não acreditamos que a administração Trump queira realmente afetar os padrões comerciais e que a retórica protecionista do presidente é uma tática de negociação, mais que qualquer outra coisa. A nossa visão de que as tensões comerciais serão atenuadas – que o nosso diretor de risco Enrique Diaz-Alvarez partilhou com a Bloomberg Daybreak Asia no início de dezembro – era, na altura, bastante contrária ao consenso geral de mercado. Esta opinião, no entanto, ganhou força nas últimas semanas, após comentários de diversos altos funcionários, em ambos os lados das negociações.

O principal negociador comercial, Robert Lighthizer, afirmou que as negociações estavam nas “últimas semanas”, enquanto o próprio presidente Trump se pronunciou positivamente sobre a perspetiva de um acordo tardio. Trump disse, no começo da semana, que achava que havia uma “boa hipótese” de um acordo. Voltou a revelar esta ideia numa aparição televisiva, dia 14 de março, afirmando que as negociações com a China estavam “a correr muito bem”.

O ex-diretor do Conselho Económico Nacional e aliado de Trump, Gary Cohen, também sugeriu recentemente que um acordo poderia estar prestes a acontecer. Numa entrevista de rádio, Cohen criticou severamente a imposição dessas tarifas, destacando o seu impacto negativo na economia dos EUA. Observou ainda que o presidente precisava de uma “vitória” e que uma resolução com a China se poderia classificar como tal.

A próxima reunião de Trump com o presidente chinês, Xi-Jinping, inicialmente marcada para este mês, está atrasada. Embora vários meios de comunicação de referência informem que poderá ocorrer no final de abril. Ainda há pontos por limar nas negociações, especificamente a inclusão da proteção aos direitos de propriedade intelectual no acordo comercial. Ainda assim, os sinais são encorajadores e a aparente boa-vontade demonstrada por ambos os lados sugerem que um acordo possa ser alcançado, mesmo que por “uma unha negra”.

Continuamos confiantes, como sempre estivemos, que um acordo comercial entre os EUA e a China será alcançado, num futuro não muito distante. Possivelmente quando Trump e Xi-Jinping se encontrarem, no final de abril. A ameaça de uma escalada no conflito comercial suprimiu o apetite por ativos de mercados emergentes e, de maneira um tanto ou quanto paradoxal, deu força ao dólar norte-americano. O que se deve sobretudo ao estatuto de “porto seguro mundial” desta moeda, bem como à economia impulsionada pela procura doméstica dos EUA.

Uma resolução para o conflito comercial e subsequente alívio da incerteza por si criada, levariam, no nosso entender, a uma ampla recuperação das moedas de mercados emergentes de alto risco, particularmente as mais expostas à procura da China.

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