💻 EBURY WEBINAR | Espera-se volatilidade no mercado cambial: potencial impacto das políticas dos bancos centrais e das eleições. Garanta o seu lugar aqui.

Semana com oscilações do Dólar e fuga das obrigações

  • Voltar
  • Análise do Mercado de Câmbios
    Análise do Mercado de Câmbios|Geral
    Análise do Mercado de Câmbios|Relatórios especiais
    Comércio Internacional
    Comércio Internacional|Finanças para empresas
    Finanças para empresas
    Finanças para empresas|Fintech
    Finanças para empresas|Sobre a Ebury
    Fintech
    Fraude
    Geral
    Imprensa
    Relatórios especiais
    Sobre a Ebury
  • Latest

11 Janeiro 2022

Escrito por
Enrique Díaz-Álvarez

Diretor de Riscos Financeiros da Ebury

As variações mais acentuadas nos mercados financeiros na semana passada tiveram lugar nos mercados de rendimento fixo.

O
s títulos do Tesouro continuam em queda com o afastamento da Reserva Federal dos leilões e a falta de outros interessados em comprá-los. O que mais impressiona é quão pouco o Dólar tem beneficiado da subida dos rendimentos nominais e reais, que deixou os títulos de Tesouro a 10 anos próximos do máximo registado nos últimos dois anos de 1,8%. O Euro resistiu muito bem, terminando a semana em pé de igualdade com o Dólar, enquanto a Libra esterlina conseguiu mesmo voltar aos ganhos e terminar no topo das moedas do G10. As moedas dos mercados emergentes registaram variações mas, mais uma vez, nada de significativo considerando a turbulência no mercado obrigacionista.

As atenções deslocam-se agora para o relatório sobre a inflação dos EUA de dezembro, que será publicado na quarta-feira. Conheceremos também os relatórios sobre a inflação de várias moedas dos mercados emergentes – e qualquer sinal de que a inflação está a atingir um pico poderá servir de catalisador de valorização. Contudo, o mercado obrigacionista dá sinais de fragilidade após a desvalorização acentuada na semana passada e uma nova subida surpresa da inflação americana poderá pôr à prova os nervos. Se for o caso, a desvalorização desorganizada das obrigações poderá sustentar o Dólar americano, pelo menos a curto prazo.

 

GBP

 

Numa semana após o Natal sem grandes novidades, a Libra esterlina superou todos os seus principais pares, e continuou a ser comercializada com base na decisão do Banco de Inglaterra de aumentar as taxas de juro em dezembro, antes dos três maiores bancos centrais. A votação quase unânime de 8-1 em dezembro sugere-nos que uma nova subida da taxa em fevereiro é altamente provável, estando o mercado a contabilizar quatro grandes subidas em 2022. Esta será uma das mais agressivas entre todos os bancos centrais do G10. Esta semana também não se esperam grandes novidades macroeconómicas, para além dos dados do PIB de novembro na sexta-feira. Continuamos a ver a possibilidade de um desempenho superior da Libra esterlina, apoiado numa fraca valorização e num banco central relativamente agressivo.

 

EUR

 

Mais um mês, mais uma subida surpresa da inflação na Zona Euro. Ao contrário das expetativas do mercado, a inflação voltou a subir para 5% (inflação global) e 2,6% (inflação subjacente), fornecendo mais evidências de que as pressões inflacionistas estão a alastrar também no bloco europeu. Acreditamos que o próximo grande passo na política do banco central será o reconhecimento por parte do BCE de que o endurecimento das políticas não pode esperar até 2023. Neste sentido, Isabel Schnabel, em declarações durante o fim de semana, destacou as potenciais consequências inflacionistas da mudança para a energia verde, sugerindo que começa a emergir no seio do conselho do BCE uma forte discordância. Essa mudança, a acontecer, poderá dar um forte impulso à moeda comum.

 

USD

 

Os dois principais componentes do relatório dos salários dos EUA de dezembro, o inquérito às empresas (mais suave) e o inquérito às famílias (muito mais forte), foram muito variáveis. Ao todo, o relatório sugere que os EUA estão agora perto de alcançar a definição razoável de pleno emprego e que a expansão da oferta não será suficiente para aliviar as pressões inflacionistas a curto prazo. As perspetivas de qualquer tipo de reforço das políticas orçamentais permanecem remotas, o que faz aumentar a pressão sobre a Reserva Federal para começar a apertar a política mais cedo.
Prevemos que a primeira subida ocorra em março, e antecipamos quatro aumentos em 2022. Mais uma vez, os operadores em todos os mercados financeiros continuam de olhos postos no relatório sobre a inflação de quarta-feira. As expetativas são de mais um aumento para máximos de várias décadas, tanto da inflação global como da subjacente, e não vemos razão para divergências.

Partilhar