Dólar recupera graças a dados sólidos da economia norte-americana; entretanto as atenções estão concentradas no BCE

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Alguns dados positivos na semana passada, nos EUA, ajudaram a atenuar as preocupações relativamente ao crescimento. Os peritos da Reserva Federal também prosseguem com o seu discurso conservador.

A
s taxas dos Estados Unidos da América subiram de forma acentuada, oferecendo apoio ao Dólar americano e arrastando para baixo a maioria das principais moedas. As grandes exceções foram as moedas dos países exportadores de “commodites”, incluindo algumas da América Latina, impulsionadas pelos preços persistentemente altos das matérias primas.

Em geral, os mercados monetários movimentaram-se pouco, enquanto os operadores aguardam pelas notícias das próximas duas semanas decisivas de reuniões de bancos centrais. A primeira é do Banco Central Europeu na quinta-feira. Os mercados preveem que a instituição persista na viragem conservadora. A questão já não é se ou quando deverá haver subida (que ocorrerá em julho), mas antes em quanto é que as taxas serão aumentadas após cada reunião a partir de junho. Os dados de inflação dos EUA para maio serão publicados na sexta-feira e serão o ponto alto antes da reunião da Reserva Federal na semana seguinte.

EUR

O BCE vai anunciar esta quinta-feira o fim antecipado da flexibilização quantitativa em julho, abrindo o caminho para a sua primeira subida desde 2011 na reunião de julho. A questão principal é se essa subida será de 25 ou 50 pontos de base, e prevemos que a conferência de imprensa após a reunião seja dedicada a essa questão. O BCE irá também divulgar as suas previsões revistas de crescimento e inflação, mas o seu historial sombrio nesta área significa provavelmente que serão ignoradas na sua maioria pelos mercados.

Contamos com a presença de Lagarde na quinta-feira, que deverá colocar sobre a mesa todas as opções para a reunião de julho. Dadas as atuais hipóteses de uma subida em julho não excederem os 30%, isto deverá apoiar a moeda comum, uma vez que as expetativas de subidas do BCE continuam a crescer em toda a linha.

USD

O forte relatório sobre o emprego nos EUA parecia confirmar a perspetiva otimista sobre a economia dos EUA, que se destacou na publicação do livro Beige da Reserva Federal uns dias antes. Os empregos continuam a ser criados a um ritmo bastante rápido, a economia dos EUA está a funcionar ao nível do pleno emprego ou mesmo acima. Embora os salários estejam a subir, não estão a acompanhar bem a inflação. Com taxas ainda muito abaixo da inflação e sem qualquer indício de reforço das políticas orçamentais por parte de Washington, continuamos a ser da opinião que uma recessão é muito improvável a curto prazo.

Embora a reunião do BCE vá roubar as atenções esta semana, o relatório sobre a inflação na sexta-feira será importante para avaliar se a inflação subjacente continua a estabilizar em torno dos 6%, o que seria uma notícia muito indesejável para a Reserva Federal.

GBP

Na semana encurtada pelo jubileu, a Libra teve um desempenho fraco. Não houve dados significativos ou acontecimentos políticos que justificassem tal comportamento. A Libra mantém-se em níveis historicamente baixos e os operadores sentem-se cada vez mais pressionados com os descobertos a acumularem-se para a Libra.

A aposta numa Libra mais baixa parece estar cada vez mais dependente num Banco de Inglaterra conservador a desafiar as expetativas dos mercados de surgir uma subida após cada reunião por 2023 adentro. Qualquer pista de uma reviravolta no Comité de Política Monetária poderia levar a uma forte recuperação da Libra esterlina, que, na nossa opinião, é a moeda mais subvalorizada do G10.

 

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