Dólar cai para mínimos históricos dos últimos três anos face a uma Reserva Federal conservadora

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A Reserva Federal não resgatou o Dólar desta queda de final de ano. Os mercados interpretaram os comentários do Presidente Powel na conferência de imprensa como conservadores e ignoraram largamente a mensagem assertiva contida no famoso “dot plot” com as projeções das taxas de juro reais.

P
ara além do mercado cambial, os ativos de risco continuaram na sua maioria em alta. Convém referir em especial as matérias-primas, em subida acentuada neste final de ano. Esta subida oferece suporte às moedas dos mercados emergentes em particular, nas quais insistimos há algum tempo.

Entramos agora no período das festas, que é tradicionalmente calmo. No entanto, este ano prevemos alguma volatilidade inusitada. As restrições relacionadas com a pandemia continuam a aumentar em ambos os lados do Atlântico. As disputas em torno de um estímulo fiscal nos Estados Unidos podem dar azo a surpresas de última hora. Por fim, prosseguem as negociações do Brexit. Embora na próxima semana não existam publicações económicas importantes, nem reuniões sobre política monetária agendadas, as manchetes políticas poderão animar os mercados de forma pouco habitual neste Natal.

GBP

As poucas alterações na Libra esta semana escondem uma volatidade intensa durante a semana, resultante das notícias e expetativas em torno do acordo do Brexit. A nova e mais contagiosa estirpe de COVID detetada no Reino Unido e a ausência de um acordo final arrastaram a Libra para baixo do nível alto registado a meio da semana. Embora a maioria espere que seja alcançado um acordo modesto esta semana, a interdição de viagens do Reino Unido para um número crescente de países europeus, por receio da nova variante do vírus, está a afetar gravemente a Libra à hora em que escrevemos este relatório. Prevemos que seja alcançado um acordo modesto esta semana, mas que os mercados já deverão ter considerado, e serão as novas notícias sobre a COVID que terão maior impacto na Libra neste final do ano.

 

EUR

O Euro foi impulsionado por dados de atividade empresarial PMI mais fortes do que o esperado em dezembro. As empresas da Zona Euro parecem estar a ajustar-se melhor do que o esperado à nova onda de confinamentos e restrições, quando comparado com a primeira vaga. Pelo menos a atividade comercial não contraiu em dezembro, o que deve ser visto como uma grande vitória. As notícias sobre a inflação, embora pessimistas, não foram piores do que o esperado, tendo a inflação subjacente permanecido em mínimos históricos mas sem descer para níveis ainda mais baixos. Continuamos otimistas em relação ao Euro no longo prazo, mas a nosso ver está vulnerável a um retrocesso parcial nas próximas semanas.

 

USD

Os mercados retiraram do discurso do Presidente Powell uma mensagem muito conservadora relativamente à atitude da Reserva Federal e a sua avaliação dos diferentes riscos para o cenário económico. O pacote de estímulos orçamentais acordado durante o fim de semana correspondeu em geral às expetativas dos mercados. Entretanto, os indicadores económicos de elevada frequência, como os números semanais sobre o desemprego, continuam a sinalizar a perda de dinamismo da atividade económica, enquanto os números da terceira vaga COVID nos EUA ainda não mostraram qualquer melhoria significativa. Embora no curto prazo o Dólar tenha desvalorizado muito e demasiado rapidamente no curto prazo, as nossas expetativas para o médio prazo mantêm-se animadoras.

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