Dólar cai enquanto o otimismo empresarial suporta os mercados mundiais

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A recuperação global dos principais índices PMI da atividade comercial, de níveis catastróficos para níveis ainda muito baixos, e o contínuo abrandamento das medidas de confinamento, tranquilizaram os mercados e reforçaram os ativos de risco baseados em ações de todo o mundo.

A
s divisas não foram exceção, e o Dólar desvalorizou face a todos os principais pares exceto os suspeitos habituais de refúgio, o Iene e o Franco suíço. As moedas dos mercados emergentes que mais tinham desvalorizado durante a crise, como o Real e o Peso mexicano, lideraram os ganhos. Curiosamente, a Lira turca não se juntou a estas e terminou a semana sem alterações em relação ao Dólar e em baixa em relação ao Euro.

No final da semana passada, um novo fator de risco emergiu quando as tensões EUA-China se agravaram com a administração Trump a lançar a sua retórica contra a nova Lei da Segurança Nacional para o território de Hong Kong. O feriado americano do Memorial Day de ontem e a ausência de quaisquer medidas de retaliação específicas dos EUA até à data significam que os ativos de risco e as moedas dos mercados emergentes começam a semana bem apoiados. Os dados mais importantes, a nosso ver, serão as estimativas da inflação de maio da Zona Euro, que serão publicadas na sexta-feira, o que lançará alguma luz sobre os danos relativos causados ao lado da oferta versus o lado da procura na Zona Euro.

 

EUR

A proposta franco-alemã de 500 mil milhões de Euros para financiar o programa de recuperação da pandemia, para além das medidas já tomadas pelo BCE, revelou-se um bom apoio para o Euro. Ainda é muito cedo, mas a recuperação significativa dos indicadores da atividade empresarial na Zona Euro (para um nível ainda muito baixo) é uma leitura positiva precoce do impacto dos vários programas de apoio estatal e do levantamento das medidas de confinamento mais duras. O índice IFO alemão das expetativas de negócios, em especial, foi consideravelmente mais elevado do que o esperado. Esta medida foi uma das primeiras a sinalizar o fundo da recessão em 2008.

 

GBP

Os dados de abril mostraram um salto recorde nos pedidos de subsídio de desemprego, mas os dados não foram tão maus quanto as piores expetativas. As vendas a retalho também caíram num valor recorde em abril, mais de 22%. Estes dados fracos, combinados com a recusa do Banco de Inglaterra em excluir a possibilidade de taxas negativas no futuro, restringiram a subida da Libra Esterlina. Com a maioria dos índices da atividade económica a mostrar uma recuperação da atividade desde o final de abril equivalente a cerca de metade das perdas sofridas, acreditamos que a descida a curto prazo da Libra está limitada por estes níveis reduzidos.

 

USD

O mercado de trabalho norte-americano ainda não chegou ao fundo do poço. Tanto o número de novos desempregados semanais como o número de desempregados que continuam sem emprego aumentaram mais uma vez acima das expetativas e são consistentes com uma taxa de desemprego de cerca de 20%. O Congresso garantiu que os subsídios de desemprego continuarão a ser bastante generosos no curto prazo, o que deverá proteger a procura, mas os prejuízos para as empresas serão substanciais. Os principais dados desta semana serão novamente os dados relativos aos desempregados. Os economistas preveem uma relativa estabilização do número de desempregados, à medida que a rotatividade do emprego se torna mais bidirecional e algumas empresas começam a recontratar trabalhadores despedidos. Continuamos a esperar que o Dólar venha a sofrer a médio prazo, devido à pior resposta à crise nos EUA e à maior probabilidade de danos a médio prazo no mercado de trabalho americano em relação à Europa.

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