Dólar americano sobe em resposta à viragem da Reserva Federal para combater a inflação

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21 Dezembro 2021

Escrito por
Enrique Díaz-Álvarez

Diretor de Riscos Financeiros da Ebury

A Reserva Federal deixou claro na reunião de dezembro que está cada vez mais preocupada com as pressões inflacionistas, e o Dólar reagiu em sintonia.

N
a semana passada, o Dólar subiu em relação às moedas do G10, juntamente com a Libra, que se juntou ao Dólar na corrida, quando o Banco de Inglaterra agitou os mercados com mais uma subida inesperada das taxas. As moedas dos mercados emergentes aguentaram-se melhor face ao Dólar do que as moedas do G10, sendo esta uma tendência que devemos continuar a acompanhar de perto. A Lira turca foi mais uma vez a exceção, tendo desvalorizado mais de 15% face às políticas de Erdogan, que ameaçam desmantelar o sistema financeiro turco.

Nas últimas semanas as prioridades dos bancos centrais deram uma volta de 360º, como revela o conservadorismo da Reserva Federal, a inesperada escalada das taxas do Banco de Inglaterra e a crescente discordância entre os membros do conselho do BCE. À medida que as notícias forem informando acerca do período natalaício, os operadores estarão atentos às novidades sobre a variante ómicron. Com a entrada no Novo Ano, os mercados mon

GBP

 

Em novembro a inflação no Reino Unido surpreendeu mais uma vez pela negativa e subiu acima das expetativas para 5,1% anuais. Tal poderá ter servido de catalisador da subida surpreendente do Banco de Inglaterra, após uma votação conservadora de 8 votos contra 1. Isto apanhou todos completamente de surpresa: um voto de 8 para 1 a favor de nenhuma alteração nas taxas parecia muito mais provável na preparação da reunião, tendo em conta os comentários conservadores de uns quantos membros do CPM nas últimas semanas.

O Banco mencionou especificamente um mercado laboral apertado e pressões inflacionistas como justificações para esta mudança. Parece-nos que a Libra poderá ainda valorizar até ao final do ano, dados os fortes dados económicos recentes do Reino Unido e a posição política do Banco de Inglaterra.

 

EUR

 

O BCE ficará claramente atrás dos pares neste ciclo de aperto. No entanto, parece-nos haver sinais da instituição estar a alterar a sua visão em relação à inflação e a assumir uma posição mais conservadora.

As previsões para a inflação foram revistas em alta acentuada. A variante ómicron também foi mencionada como potencial causa de mais inflação. Por fim, a Presidente Lagarde sugeriu a existência de uma fação dissidente no seio do Conselho, admitindo que a decisão não foi unânime. Lagarde insiste, todavia, que para já uma subida em 2022 permanece “altamente improvável”, e o Euro passou a semana difícil a tentar manter-se firme.

 

USD

 

A Reserva Federal acelerou o processo de redução dos estímulos e irá concluir as aquisições de obrigações o mais tardar até março. No entanto, as comunicações da Reserva Federal, nomeadamente o “dot plot”, foram mais conservadoras do que o esperado. Os membros da Reserva Federal contam agora com três subidas de taxas em 2022, deixando claro que a reunião de março ganhará vida em termos da possibilidade de haver uma subida. O Presidente Powell sugeriu que o banco central está agora muito mais preocupado com a inflação do que estava na reunião anterior, e que prevê que o mercado chegue muito perto do pleno emprego.

Embora mantenhamos as nossas perspetivas geralmente positivas sobre a economia americana, uma das principais incertezas é o que acontecerá às taxas americanas quando o apoio maciço do Fed ao mercado do Tesouro desaparecer, uma vez que se prevê que as compras de obrigações terminem em março do próximo ano ou mesmo antes.

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