Desvalorização do Dólar prossegue ao mesmo tempo que regressa o apetite pelo risco

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30 Maio 2022

Escrito por
Enrique Díaz-Álvarez

Diretor de Riscos Financeiros da Ebury

Em termos gerais, os mercados obrigacionistas e de ativos de risco recuperaram com força nasemana passada, ao contrário das taxas de juro americanas.

O
resultado foi a desvalorização do Dólar, como seria de esperar. As moedas europeias e latino-americanas é que saíram a ganhar, as primeiras impulsionadas pelos diferencias das taxas de fecho do outro lado do Atlântico, e as segundas influenciadas pelo generalizado apetite de risco e, em particular, pela corrida desenfreada às matérias primas. O Zloty polaco merece especial menção por ter encerrado a semana com um excelente desempenho, numa demonstração da resiliência da economia polaca face à guerra até à data.

As atenções esta semana estarão totalmente centradas nos dados macroeconómicos que fluirão das grandes áreas monetárias. Na Zona Euro, destaca-se a publicação de maio das estimativas rápidas da inflação, e a semana culminará com o relatório dos salários dos EUA, que será divulgado na sexta-feira.

Quanto ao primeiro, os mercados estão a contar com uma subida tanto do índice global como do subjacente, que deverá ser determinante para uma subida no BCE até julho o mais tardar.  À medida que mais e mais rápidos aumentos no BCE forem esperados, o Euro deverá receber um impulso significativo e a sua recente recuperação terá pernas para continuar.

GBP

Os índices PMI preliminares da atividade económica em maio foram mais brandos no Reino Unido do que na Europa continental, suscitando divergências que requerem
acompanhamento. Apesar de a Libra ter reagido bem aos dados, tal como os mercados de câmbio, quaisquer previsões de subidas sustentáveis no Banco de Inglaterra são baseadas em leituras positivas deste indicador chave, pelo menos nunca abaixo de 51,8 no índice compósito.

Os dados do Reino Unido na próxima semana serão essencialmente de segundo nível e/ou em atraso, pelo que a Libra deverá ser comercializada com base em acontecimentos noutras partes do mundo

EUR

Os índices PMI da atividade empresarial foram mais fortes na Zona Euro do que no Reino Unido ou nos EUA, sinalizando maior resiliência da economia do que lhe é reconhecida. Os números claramente expansionistas dissiparam a ideia de aproximação de uma recessão e o que nos resta são cenários de política monetária completamente desajustados do cenário inflacionário e económico.

Os dados sobre a inflação esta semana atingirão novos valores históricos. O número real determinará a verdadeira dimensão da próxima subida em julho, e uma surpresa desagradável na inflação provavelmente aumentaria as probabilidades de uma subida de 50 bp e seria favorável à moeda comum.

USD

Os dados de segunda linha na semana passada ficaram aquém das expectativas. A fraqueza do mercado imobiliário, em particular, ajudou o mercado obrigacionista dos EUA a continuar a valorizar e o diferencial a 12 meses entre as taxas dos EUA e do Euro é agora mais baixo do que no final de março, o que explica sem dúvida grande parte da recuperação do Euro. Com a inflação ainda muito acima da meta do Fed, não esperamos que esta fraqueza incipiente ajude significativamente a Reserva Federal.

Esta semana recebemos os últimos dados-chave antes da reunião de junho da Reserva Federal, o relatório do mercado de trabalho de maio. Os mercados estão à espera de um recuo nos salários, que ainda estão a atrasar os preços. Uma surpresa positiva levaria os mercados a começar a refletir três subidas consecutivas de 50 bp da Reserva Federal.

 

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