Baixa volatilidade no mercado cambial, o foco está nas reuniões dos Bancos Centrais
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2 Maio 2023
Diretor de Riscos Financeiros da Ebury
Como esperado, a semana passada registou movimentos pouco expressivos entre as principais moedas.
Esta semana tem potencial para ser uma das mais importantes deste ano. Para além da reunião da Reserva Federal, na quarta-feira, seguida da reunião do Banco Central Europeu, na quinta-feira, temos a divulgação de um largo conjunto de dados económicos importantes, incluindo o relatório mensal sobre o mercado de trabalho dos EUA, o inquérito trimestral sobre os empréstimos bancários da zona euro e os números da inflação provisória da zona euro para Abril, apenas dois dias antes da reunião do BCE. Isto significa que alguns membros do Conselho irão esperar até ao último minuto para decidir entre um aumento na taxa de juro de 25 ou 50 pontos base, aumentando a incerteza e o potencial de volatilidade no mercado cambial.
EUR
Os mercados parecem estar a inclinar-se para uma “subida hawkish de 25 pontos base” na reunião do Banco Central Europeu de quinta-feira. No entanto, com o inquérito trimestral aos bancos sobre os empréstimos e o relatório de inflação de Abril a serem divulgados pouco antes do evento, tudo pode acontecer.
Os analistas acreditam que iremos assistir a um ligeiro recuo nos dados fundamentais da inflação, mas este indicador tem-se revelado mais rígido na Zona Euro do que nos EUA e as esperanças do mercado já foram defraudadas anteriormente. Qualquer que seja a decisão final, esperamos que as comunicações sugiram que as decisões do Conselho permanecem altamente dependentes dos dados e que o ciclo de subida de preços na Europa se prolongará por mais alguns meses.
USD
Espera-se que a Fed aumente 25 pontos base, mas a chave para o dólar será a comunicação que acompanhará esta decisão. Por um lado, os preços e os salários estão longe de ser compatíveis com o regresso a uma inflação de 2%. Por outro lado, embora a crise bancária pareça ter sido contida, o seu impacto sobre a disponibilidade de crédito vem juntar-se ao significativo aperto na política monetária levada a cabo pela Fed.
Os dados sobre o mercado de trabalho indicaram recentemente um certo abrandamento, embora a um ritmo muito rápido. Pensamos que o principal apoio para o dólar poderá vir sob a forma de um recuo significativo da Reserva Federal contra os cortes na taxa de juro previstos pelos mercados no final deste ano e/ou um relatório mais forte do que o esperado sobre as folhas de pagamento não agrícolas na sexta-feira.
GBP
Estamos satisfeitos com o desempenho da libra esterlina durante este ano, uma vez que tínhamos assinalado a libra como uma das principais moedas mais subvalorizadas. A ausência de notícias negativas do Reino Unido parece ser suficiente para dar força à libra, superando tanto o dólar como o euro.
A inflação rígida e o aumento dos salários impedirão que o Banco de Inglaterra mude para um modo de esperar para ver em breve e, à medida que a Reserva Federal se aproxima do fim do ciclo de subidas, esperamos que a libra esterlina permaneça bem suportada.
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