Ativos de risco valorizam enquanto mercados se preparam para uma semana de novidades vindas dos bancos centrais

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13 Dezembro 2021

Escrito por
Enrique Díaz-Álvarez

Diretor de Riscos Financeiros da Ebury

Os ativos de risco em todo o mundo celebraram, e não é para menos. Ações, mercadorias e créditos valorizaram, impulsionados por políticas, tanto monetárias como orçamentais, extremamente expansionistas. Em geral, as moedas acompanharam a tendência, com as moedas dos mercados emergentes a terem um excelente desempenho e as moedas seguras a ficarem aquém das expetativas. O Dólar desvalorizou face aos pares, o que constituiu uma surpresa.

À
medida que os bancos centrais dos países desenvolvidos se preparam para reduzir o enorme estímulo monetário que está a alimentar a inflação, subsistem grandes incertezas quanto ao momento e extensão da retirada. Tanto a Reserva Federal como o Banco Central Europeu e o Banco de Inglaterra irão reunir-se esta semana, na quarta e quinta-feira respetivamente. Enquanto se espera que a Reserva Federal americana se mostre mais assertiva, o BCE deverá manter-se conservador, e ninguém tem certezas acerca do Banco de Inglaterra. A combinação de decisões destas três instituições, as suas comunicações e as expetativas dos mercados em relação às mesmas deverá influenciar uma semana que se prevê decisiva para os mercados monetários.

GBP

 

Face a poucas notícias económicas de relevância na semana passada, os operadores contentaram-se em negociar a Libra esterlina num intervalo muito apertado face tanto ao Euro como ao Dólar americano, aguardando as reuniões dos bancos centraisdesta semana.

As notícias sobre a variante Ómicron provavelmente excluem qualquer mudança de política esta semana, mas esperamos que tanto a votação real como as comunicações do banco deixem a porta aberta para uma subida na próxima reunião em fevereiro, caso as informações sobre a Ómicron confirmem tratar-se de uma variante relativamente inofensiva. A reação da Libra esterlina no rescaldo imediato da decisão de quinta-feira dependerá provavelmente em grande medida da votação do CPM sobre as taxas de juro. Contamos com um cenário de votos repartidos de 7 para 2, a favor da não mudança. Uma votação unânime, ou uma votação em que qualquer dos dois “falcões” votasse a favor de nenhuma mudança, seria uma deceção significativa para os mercados e poderia desencadear uma forte descida da Libra.

 

EUR

 

Dados fortes relativamente à produção industrial da Alemanha na semana passada podem ter ajudado a estabilizar o Euro em relação ao Dólar americano na semana passada, mas os operadores continuam concentrados na reunião do BCE desta quinta-feira. Os mercados estão a contar com um banco central muito pacífico, que exprima a sua vontade de continuar a comprar títulos até meados de 2022, mesmo que outros, particularmente a Reserva Federal, reduzam as suas aquisições muito mais rapidamente.

Contudo, existe ainda alguma esperança para o Euro. Se estas expetativas não se confirmarem, quer através de um calendário mais apertado, quer talvez através de qualquer forte discordância no seio do BCE, poderemos assistir a uma subida significativa temporária.

 

USD

 

A inflação em novembro registou mais um recorde, saltando para 6,8% e 4,9% excluindo os componentes alimentares e energéticos, ambos novos máximos registados em várias décadas. No entanto, o mercado estava preparado para estes números, e as moedas não se movimentaram muito no rescaldo.

É de esperar uma mudança da Reserva Federal para uma posição mais dura esta quarta-feira, em que os mercados contam na generalidade com o fim das aquisições de obrigações até março e uma primeira valorização antes do Verão. Outro elemento chave será o “dot plot” no qual os funcionários registam as suas expetativas para futuras evoluções. Os mercados já começaram a refletir as três subidas em 2022. Se a média da Reserva Federal ficar acima ou aquém, o efeito sobre o Dólar será provavelmente significativo.

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