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COP: É provável que este ano se assista a uma recuperação dos níveis atualmente subvalorizados do Peso colombiano

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27 Maio 2019

Escrito por
Enrique Díaz-Álvarez

Chief Risk Officer at Ebury. Committed to mitigating FX risk through tailored strategies, detailed market insight, and FXFC forecasting for Bloomberg.

O Peso colombiano (COP), no segundo semestre de 2018, sofreu uma desvalorização violenta, sobretudo nos últimos cinco meses do ano.

A moeda perdeu mais de 10% do seu valor entre o início de agosto e o final de dezembro, em grande parte devido à força do Dólar e à queda acentuada dos preços do petróleo, do qual a economia colombiana está fortemente dependente. Uma recuperação dos preços globais do petróleo ajudou a reverter grande parte do declínio do Peso no início do ano, embora a moeda tenha começado a desvalorizar novamente, caindo em maio para novos mínimos em três anos.

O nível dos preços globais do petróleo continua a ser um dos maiores fatores determinantes para o Peso nos últimos anos. Historicamente, o Peso seguiu uma tendência notavelmente similar à dos preços globais do petróleo, já que o petróleo representa cerca de dois terços da receita global das exportações da Colômbia. Os preços do Brent entraram em colapso no final de 2018, caindo cerca de 40% nos últimos três meses do ano, devido a preocupações com o excesso da oferta e um abrandamento do crescimento global. No entanto, os cortes recentes na produção levaram a uma inversão no preço desta mercadoria que, em abril, voltou a atingir os valores mais elevados em quase seis meses. Embora tenha havido uma certa desconexão entre os dois, até agora, em 2019, um realinhar da tendência entre o COP e o petróleo pode estar no horizonte nos próximos meses, desde que o petróleo continue a permanecer em níveis relativamente elevados.

Felizmente, a queda dos preços do petróleo, no final do ano passado, ainda não foi completamente transferida para a economia colombiana. A economia nacional continuou a crescer a uma taxa bastante estável, com um crescimento homólogo de 2,8% no quarto trimestre de 2018, um ritmo razoavelmente mais acelerado do que no trimestre anterior. Isto foi impulsionado em grande parte por um forte consumo e um salto significativo do investimento no último trimestre. Baixas taxas de juro, segundo padrões históricos, e uma inflação controlada garantem que as perspetivas para 2019 sejam bastante positivas. A produção industrial voltou a estar em território positivo e, apesar de ter caído bastante no início do ano, o PMI industrial está agora nos 51,0 – o valor mais elevado dos últimos quatro meses. As previsões de crescimento para este ano situam-se nos 3,5%, embora uma escalada da crise venezuelana represente um risco de queda para a economia colombiana.

O recente nível relativamente sólido de crescimento foi ajudado pelo prolongado período de taxas estáveis ​​assegurado pelo Banco Central da Colômbia. Numa tentativa de apoiar a economia do país, o Banco Central da Colômbia iniciou uma série de cortes nas taxas de juro no final de 2016, reduzindo a taxa principal de quase 8% para 4,25% em maio de 2018. Com a inflação agora sob controlo, há fortes probabilidades de que possamos ver a primeira subida do banco desde 2016 numa das próximas reuniões do banco central, embora provavelmente não antes do terceiro trimestre.

A inflação global subiu ligeiramente para 3,3%, em abril, apesar de permanecer no meio do intervalo da meta de 3% /- 1 p.p. do banco. Uma inflação controlada assegura que as taxas de juro reais ainda continuem claramente positivas, tendo permanecido à volta de 1% em todos os meses, desde o início do ano passado. A nosso ver, se este continuar a ser o caso durante o resto do ano, deverá assegurar um apoio suficiente para o COP.

Uma preocupação em relação às perspetivas para a Colômbia é o crescente défice da conta corrente do país, que tem aumentado enormemente, devido, em parte, à crise económica da vizinha Venezuela. O país, falido e mergulhado numa crise económica e política de dimensões históricas, representa agora apenas meio por cento da receita das exportações da Colômbia, sendo até há não muito tempo o segundo maior parceiro comercial do país.

O défice subiu para 5,4% do PIB no quarto trimestre de 2018, o seu nível mais elevado desde o final de 2015. Embora este não seja um sinal particularmente encorajador, o recente aumento dos preços do petróleo deverá contribuir para reduzir o défice. Além disso, o défice também deve permanecer quase totalmente financiado pelo IDE.

Acreditamos que as perspetivas para a economia colombiana não são tão más quanto a recente depreciação do COP sugere. A economia continua a crescer a um ritmo constante e deve continuar a ser apoiada pelo recente aumento dos preços globais do petróleo. As reservas cambiais detidas no banco central também aumentaram claramente em 2019 e estão agora no equivalente a aproximadamente doze meses de importações. Este é um nível mais do que suficiente para permitir que o banco central intervenha a fim de proteger o COP, caso considere o atual “sell-off” excessivo. A recente desvalorização deixou o Peso em níveis relativamente baixos, o que pode constituir uma proposta atraente para os investidores.

Considerando os fatores mencionados acima, somos da opinião de que é provável que este ano se assista a uma recuperação dos níveis atualmente subvalorizados do COP face ao Dólar americano.

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